Serviço: Netflix, 2013-2019, série de crimes, máfia, 5
temporadas com 8 episódios cada, de cerca de 50 minutos
Uma família que se considera acima da lei, e com Deus acima
de tudo (mesmo que eles achem que estão acima de tudo e do próprio Deus).
Uma família ligada a milícias, mafiosos, traficantes, a
escória da escória, e que está sempre disposta a um ato de crueldade, custe o
que custar.
Uma família que faz de tudo para defender os seus interesses
pessoais, onde os irmãos são capazes de qualquer coisa para atingir os seus
objetivos.
Uma família que idolatra as armas, que não dispensa andar
com uma pistola ou duas, sem falar em facas e canivetes.
Uma família que se aventura na política para expandir seus
negócios e encobrir seus atos inescrupulosos.
Uma família que despreza e ataca a imprensa. E que quando
não consegue corromper, comete brutalidades contra jornalistas.
Não, este não é um seriado sobre a família Bolsonaro.
Este é um dos grandes sucessos da Netflix, os famosos Peaky
“Fucking” Blinders, que já estão há algum tempo no catálogo de streaming à
espera de sua sexta e última temporada, prevista para este ano.
E já que sobra tempo em casa com mais uma temporada de
lockdown, total ou parcial, vale a pena conferir as aventuras dessa família,
inspirada na história real dos mafiosos de uma cidade industrial no interior da
Inglaterra no início dos anos 1900.
Além de ótimos personagens, a série conta com participações
especiais imperdíveis, principalmente de Tom Hardy, que faz um sarcástico judeu
mafioso, além de Adrien Brody, um italiano mafioso de Nova York, e Sam Neill,
um policial, digamos, ligado a certos vícios masoquistas.
Outro ponto forte do seriado é sua trilha sonora, repleta de
ícones do chamado rock alternativo, como Nick Cave (responsável pela música de
abertura), Jack White e White Stripes, PJ Harvey, além de pesos pesados como
Black Sabbath e David Bowie. No Spotify é possível conferir uma extensa
playlist com os clássicos de Peaky Blinders.
Fernando Santos é jornalista e, assim como Tommy Shelby, o líder dos Peaky Blinders, não dispensa um bom whiskey irlandês.