Serviço: Netflix, 2017, série (3 temporadas), violência,
humor sarcástico, máfia, episódios de 50 a 60 minutos.
Como diz a letra do clássico Outshined, do Soundgarden: “Eu
acordei me sentindo tão triste / Eu estou ficando esgotado (...) Eu estou
parecendo Califórnia / E me sentindo Minnesota”.
Minnesota é mesmo um estado americano muito estranho, a
ponto de um policial branco ter a crueldade de esmagar o pescoço de um negro em
plena luz do dia, deixando-se filmar por mais de 8 minutos e achar que se
tratava de uma ação rotineira, que ninguém iria notar, exceto milhões de
pessoas desencadeando ondas contra o racismo em todo o mundo.
É neste ambiente, da sinistra Minnesota, que se desenrolam
as três bizarras temporadas de Fargo. A série segue o roteiro de crimes
inacreditáveis, ligados a coincidências inimagináveis, do filme homônimo
lançado em 1996, de reconhecido sucesso no cinema.
Não por acaso, o filme e a série têm o toque dos irmãos Joel
e Ethan Coen (diretores no cinema, produtores no seriado). O humor sarcástico e
personagens excêntricos são peças fundamentais no roteiro. Mas o que mais chama
a atenção é que são temas reais. Não é uma obra de ficção, uma invenção. É
incrível perceber que os crimes, os nomes envolvidos (devidamente trocados), as
situações correlacionadas realmente aconteceram.
A série, premiada nos EUA, conta ainda com um elenco de
figurões de Hollywood, como Billy Bob Thornton (1ª temporada), Kirsten Dunst e
Patrick Wilson (na 2ª) e Ewan McGregor (na 3ª). A quarta temporada, com Chris
Rock, estava prevista para este ano, mas foi adiada em razão da pandemia do
coronavírus.
Caso ainda tenha alguma dúvida sobre como é estranho viver
em Minnesota, não deixe também de conferir a música da renomada banda de
grunge-rock de Seattle, que tinha como líder Chris Cornell. Sua morte após anos
de depressão, encontrado enforcado num quarto de hotel horas antes de um show
em Detroit, não fica muito distante de um roteiro de Fargo.
Fernando Santos é
jornalista e agradece imensamente a Minnesota, mais precisamente à cidade de
Mineápolis, por ter dado origem ao que é hoje o Los Angeles Lakers.